Dos "peguinhas" no viaduto de Taguatinga para as pistas do Brasil e do mundo. Essa é uma veloz definição da trajetória de Cristiano Vieira na motovelocidade. Após vencer todos os rachas realizados na cidade satélite de Brasília, Cristiano Vieira começou a levar a sério a brincadeira em cima de sua Mobillete e, aos 13 anos de idade, participou da primeira corrida de sua carreira de vitórias no cartódromo de Brasília, em 1985, na categoria ciclomotor. "As minhas duas primeiras corridas foram sem o conhecimento de meu pai, que ficou extremamente irritado quando descobriu. Mas depois ele percebeu que eu tinha jeito para acelerar e me apoiou integralmente", recorda.
Em 1987, o futuro campeão mudou-se para Goiânia, cidade que contava com um ótimo campeonato da categoria ciclomotor: a Copa Pepsi. "No primeiro ano, eu ganhei o título e no segundo ano cai, machuquei o pé e fiquei em 3º lugar no campeonato". Na Copa Pepsi Cristiano, ironicamente, era patrocinado pela Coca-Cola. "Eu andei vários campeonatos em minha vida, mas o de ciclomotor me marcou muito. Era uma moçada nova, interessada em crescer, um campeonato muito disputado", relembra, saudoso.
Em 1989, Cristiano Vieira empreendeu um grande salto de categoria, passando a correr, e vencer, na Copa RD 350, a maior categoria brasileira existente à época. "No primeiro ano eu cai muito, mas não desisti. Aprendi mais sobre circuito, motocicleta, mecânica, peguei as "manhas" e, em 1990, fiquei em terceiro no campeonato e fui campeão brasileiro em 1991, com 18 anos".
Em 1992, surgiu no Brasil a Copa CBR. E Cristiano não perdoou: foi, pilotou e venceu o campeonato brasileiro de CBR. Em 1996, depois de uma experiência mal sucedida no campeonato espanhol devido à carência de patrocínio, o piloto brasiliense radicado em Goiás ficou em 2º lugar no campeonato brasileiro categoria 600cc. No ano seguinte, correndo na categoria 125 GP, motos similares às usadas no campeonato mundial, Cristiano Vieira subiu ao podium como campeão e consolidou seu nome na galeria dos heróis goianos da motovelocidade. Em 1998, foi vice-campeão da categoria e, em 1999, repetindo o feito de 1997, conquistou o bicampeonato na 125 GP.
Em 2000, Cristiano foi convidado pela Honda para disputar o campeonato espanhol na categoria 250. O piloto terminou em 8º lugar.
Em 2001, Cristiano voltou ao pódio geral na condição de campeão brasileiro da categoria 600 cc. "Todos os títulos que tinha para ganhar no Brasil eu ganhei. Entretanto, não realizei o meu grande sonho de competir uma temporada no Campeonato Mundial. Eu dediquei toda a minha vida a esse sonho", lamenta.

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